A LUZ NO FIM DO TÚNEO
Após a enorme comoção causada em torno da suposta morte do apresentador Jô Soares e de todo o desfecho envolvendo a blogueira Valentina Alcântara e alguns de seus seguidores, o jorna Ufaleducando, prepara uma matéria especial para orientar pais, professores e alunos de como identificar boatos, que são os principais fomentadores e dos riscos do compartilhamento indiscriminado.
Personagem: Leila Pascoal - Repórter, Pedagoga especializada na área das TIC's
Descrição do Ambiente: A sede do jornal, fica localizada dentro da Universidade Federal de Alagoas.
Leila Pascoal, Pedagoga formada pela UFAL, sempre envolvida nos assuntos da universidade, após sua especialização tornou-se professora da mesma instituição, formando um grupo para o projeto de um jornal, debatendo vários temas atuais e de como o uso das TIC pode auxiliar no processo educativo.
Iniciamos hoje com uma reportagem especial, devido a recentes casos de noticias falsas que ganharam repercussão nacional.
veja a seguir como identificar e se proteger desse tipo de informação que pode ter consequências graves.
É muito difícil, com a quantidade de informação passada pela internet, discernir perfeitamente o que é verdade e o que é mentira em artigos e matérias publicadas na rede. É claro que muitas das fake news podem ser desmascaradas com o uso do bom senso, mas esperar isso o tempo todo de todo mundo é querer demais.É necessário procurar por frases fora de contexto, datas das informações, verificar o endereço das notícias para se saber de sua procedência e verificar o autor daquela matéria ou artigo. Tudo isso vai ajudar muito a descobrir se o que você está lendo é algo sério ou apenas inventado.
E vale um último conselho: na dúvida, não compartilhe ou publique notícias que você não sabe se são verdadeiras, mesmo que elas estejam de acordo com suas opiniões e posicionamento de qualquer tipo. Gerar desinformação pública é um problema grave que pode ter consequências bem ruins.
Eis algumas dicas:
- Seja cético com as manchetes. Notícias falsas frequentemente trazem manchetes apelativas em letras maiúsculas e com pontos de exclamação. Se alegações chocantes na manchete parecerem inacreditáveis, desconfie.
- Olhe atentamente para a URL. Uma URL semelhante à de outro site pode ser um sinal de alerta para notícias falsas. Muitos sites de notícias falsas imitam veículos de imprensa autênticos fazendo pequenas mudanças na URL. Você pode ir até o site para verificar e comparar a URL com a de veículos de imprensa estabelecidos.
- Investigue a fonte. Certifique-se de que a reportagem tenha sido escrita por uma fonte confiável e de boa reputação. Se a história for contada por uma organização não conhecida, verifique a seção "Sobre" do site para saber mais sobre ela.
- Fique atento a formatações incomuns. Muitos sites de notícias falsas contêm erros ortográficos ou apresentam layouts estranhos. Redobre a atenção na leitura se perceber esses sinais.
- Considere as fotos. Notícias falsas frequentemente contêm imagens ou vídeos manipulados. Algumas vezes, a foto pode ser autêntica, mas ter sido retirada do contexto. Você pode procurar a foto ou imagem para verificar de onde ela veio.
- Confira as datas. Notícias falsas podem conter datas que não fazem sentido ou até mesmo datas que tenham sido alteradas.
- Verifique as evidências. Verifique as fontes do autor da reportagem para confirmar que são confiáveis. Falta de evidências sobre os fatos ou menção a especialistas desconhecidos pode ser uma indicação de notícias falsas.
- Busque outras reportagens. Se nenhum outro veículo na imprensa tiver publicado uma reportagem sobre o mesmo assunto, isso pode ser um indicativo de que a história é falsa. Se a história for publicada por vários veículos confiáveis na imprensa, é mais provável que seja verdadeira.
- A história é uma farsa ou uma brincadeira? Algumas vezes, as notícias falsas podem ser difíceis de distinguir de um conteúdo de humor ou sátira. Verifique se a fonte é conhecida por paródias e se os detalhes da história e o tom sugerem que pode ser apenas uma brincadeira.
- Algumas histórias são intencionalmente falsas. Pense de forma crítica sobre as histórias lidas e compartilhe apenas as notícias que você sabe que são verossímeis.
Educação digital
A solução para isso é o letramento digital, ou seja, o desenvolvimento da capacidade de compreender e avaliar os conteúdos online. Algumas habilidades apontadas são a capacidade de procurar outras fontes para checar uma informação, não pressupor neutralidade dos veículos de comunicação e não considerar a ordem de resultados dos mecanismos de busca como uma prova de credibilidade.
“Um estudante digitalmente letrado tem o conhecimento e a habilidade de atravessar resultados diversos para encontrar informações confiáveis e precisas”.
A capacidade de analisar, processar e consumir informações é destacada não só por especialistas, mas também pelo público comum; pesquisa realizada pelo Pew Research Center, constatou que 61% dos norte-americanos acreditam que a sua capacidade de tomar decisões melhoraria se eles tivessem algum tipo instrução sobre como encontrar informações confiáveis online.
“O melhor antídoto para esse fenômeno é oferecer ao indivíduo uma educação voltada para a formação do espírito crítico e a capacidade de pensar e fazer perguntas o tempo todo”, afirma Acedriana Vicente Sandi, diretora Pedagógica da Editora Positivo. “Escola e professor precisam ajudar o estudante a organizar e analisar esse conteúdo, tirando suas próprias conclusões. Com autonomia para pensar por si mesmo, o indivíduo será capaz de fazer as perguntas certas para chegar às respostas corretas”, completa.
“O papel da escola passou a ser o da mediação das mais diversas fontes de informação. Na medida em que fake news chegam às salas de aula – quase sempre por meio das pesquisas dos alunos – cabe ao professor acolher o conteúdo e destrinchá-lo”. “Um dos caminhos é verificar a autoria de um texto, observando se quem assina é mesmo o autor ou apenas quem está compartilhando a informação. Erros gramaticais, ortográficos, simplificações de conteúdo e até mesmo um tratamento visual pouco adequado devem acender o sinal de alerta. Digitar o texto, ou parte dele, no Google e observar os resultados pode, por exemplo, indicar se o texto é original ou se está sendo copiado”.
Por fim, antes de apertar o botão de enviar ou compartilhar, se
questione: será que aquela informação não
irá causar transtornos a alguém? Por que tomar como
verdade algo que eu vi apenas no e-mail ou no Facebook e não nos
noticiários? Eu estou compartilhando este conteúdo por
querer ajudar ou porque eu fiquei impressionado?
Lembre-se: o hoax é sempre apelativo. A mensagem usará
argumentos ou imagens que tentam causar comoção,
indignação ou qualquer sentimento capaz de te fazer agir
por impulso. Assim, esqueça desculpas do tipo "na dúvida,
é melhor compartilhar".